O governo Lula vai articular para que Renan Calheiros não faça mudanças no texto da isenção do Imposto de Renda que levem a Câmara a brigar para que a proposta volte ao plenário da Casa. Um cenário em que alterações mais bruscas sejam feitas por Renan, no entanto, é visto como possível pela base governista, devido à disputa política entre ele e Arthur Lira.
Lira foi relator da isenção do IR na Câmara e Renan foi nomeado para a mesma função no Senado nesta terça-feira, 7. O senador foi relator de uma proposta idêntica aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) em setembro.
O texto relatado por Renan Calheiros na comissão tem algumas diferenças em relação à proposta aprovada pelos deputados na última semana, sob relatoria de Lira. Duas das principais são a criação de um órgão gestor responsável pelo acompanhamento e avaliação da isenção do Imposto de Renda e a compensação para investidores estrangeiros.
Caso a proposta aprovada na Câmara sofra muitas modificações no Senado, a Casa liderada por Hugo Motta pode reivindicar nova análise do conteúdo do texto, o que atrasaria a aprovação.
A base governista defende que o texto seja aprovado com celeridade para começar a valer a partir de 2026, ano eleitoral. Por isso, haverá um esforço concentrado para que a disputa política entre Renan e Lira não influencie a proposta que sairá da CAE e será analisada no plenário do Senado.