Os integrantes das Forças Especiais, militares da elite do Exército, responsáveis pelas ações do final de 2022 para “neutralizar” o ministro do STF Alexandre de Moraes, o presidente eleito, Lula, e o vice, Geraldo Alckmin, na trama golpista para manter Jair Bolsonaro no governo, começam a serem julgados na manhã desta terça-feira, 11. Os nove integrantes do “núcleo 3” são considerados peças fundamentais nos planos de tentativa de golpe que sustentaram alguns dos “agravantes” nos crimes denunciados pela PGR, que elevaram as penas de condenação dos réus, entre eles, Bolsonaro.

Moraes usou os planos denominados pelos golpistas de “Copa 2022” e o “Planejamento Punhal Verde Amarelo”, que seriam praticados por seis membros das Forças Especiais, os “kids pretos”, como provas de “crime colocado em prática” e com “atos violentos”. Com previsão de sequestros e até de mortes, as ações do “núcleo 3” acrescentaram o uso de armamento na “organização criminosa” e também fundamentaram o crime de atentado violento ao Estado Democrático de Direito, junto com o de golpe de Estado.

Os nove réus integram o penúltimo dos quatro processos sobre a trama golpista julgados na Primeira Turma, que pela primeira vez no caso vai sentenciar os acusados com o colegiado desfalcado. Formado por cinco ministros, o colegiado será apenas quatro titulares, devido ao pedido de transferência para a Segundo Turma feito pelo ministro Luiz Fux. Sem a nomeação por Lula do substituto de Luís Roberto Barroso, a cadeira do autor do “voto divergente” no julgamento que condenou Bolsonaro estará vazia.

Processos finais
O núcleos 2, de gerenciadores e braço jurídico da trama, será o último a ser julgado, no início de dezembro. Os dois primeiros foram: o núcleo 1, dos cabeças, entre eles Bolsonaro, e o núcleo 4, dos propagadores de falsas notícias.

O ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão no dia 11 de setembro e teve os primeiros recursos contra a sentença negados na semana passada. O STF condenou o ex-presidente por “liderar a organização criminosa”, junto com outros sete condenados, responsável pelos planos de assassinatos, intervenção no processo democrática e pelos ataques do 8 de Janeiro.

Do núcleo que terá o julgamento iniciado nesta terça-feira, fazem parte: Estevam Cals Theophilo Gaspar (general da reserva do Exército), Bernardo Romão Corrêa Netto (coronel da reserva do Exército), Fabrício Moreira de Bastos (coronel da reserva do Exército), Hélio Ferreira Lima (tenente-coronel da reserva do Exército), Márcio Nunes de Resende Júnior (coronel da reserva do Exército), Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel do Exército), Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel do Exército), Ronald de Araújo Júnior (tenente-coronel da reserva do Exército), Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel da reserva do Exército) e Wladimir Matos Soares (policial federal). Todos negam prática de crimes.