O esforço de Jair Bolsonaro para levar Tarcísio de Freitas para o PL de Valdemar Costa Neto pode jogar o Republicanos, atual partido do governador, no colo de Lula em 2026.
O presidente da legenda, Marcos Pereira, não esconde a boa relação que tem com o petista. E o partido tem, no governo, um dos ministros mais bem-avaliados pelo Planalto, Silvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos.
Lula queria Marcos Pereira como presidente da Câmara, e topou que Hugo Motta, do mesmo partido, fosse vencedor na disputa quase por WO na Câmara — sob a bênção de Pereira.
A relação entre o presidente da Câmara e o petista também tem sido harmoniosa, com esforços do deputado para colocar em pauta os projetos prioritários do governo.
Na prática, o que realmente afasta o Republicanos de Lula é a possibilidade de Tarcísio disputar a eleição contra o petista. O partido não tem outro nome forte para lançar à sucessão presidencial.
À coluna, Silvio Costa contou que tem trabalhado pela aproximação do Republicanos com Lula. Na impossibilidade de uma coligação, trabalhará para que o partido libere parlamentares e diretórios para apoiar o candidato que quiserem em 2026, como aconteceu em 2022, quando a legenda não integrou a coligação de Bolsonaro.
O Republicanos tem hoje dois governadores (de São Paulo e Tocantins), 45 deputados federais e quatro senadores.
Uma decisão pela neutralidade pode ajudar o Republicanos a aumentar essa bancada federal, principalmente no Nordeste, onde Lula é, historicamente, o candidato mais forte.