O Banco Central identificou 68 casos de incidentes cibernéticos em instituições financeiras e de pagamento  até outubro de 2025, informou nesta quarta-feira, 12, o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton Aquino. Segundo ele, do total de ocorrências no ano, 37 resultaram no roubo de recursos das empresas e dos clientes, como ataques hackers recentes revelados pelo PlatôBR. As declarações foram feitas durante a divulgação do Relatório de Estabilidade Financeira

O número divulgado pelo BC representa um aumento significativo em relação aos 59 casos de janeiro a dezembro de 2024. “Queria deixar muito claro que as estruturas do Banco Central, as estruturas do Pix, funcionam perfeitamente e são resilientes”, disse Aquino. 

No relatório, o BC informou que o crime organizado tem cooptado colaboradores das instituições financeiras, das instituições de pagamento ou de prestadores de serviço contratados por elas, o que “reforça a importância de implementar práticas de higiene cibernética e coibir falhas no controle de acesso”.

“A experiência do BC no monitoramento dos incidentes indica que, na maioria das vezes, o acesso indevido a credenciais de uma instituição financeira ou de uma instituição de pagamento e posterior acesso à sua infraestrutura tecnológica propiciam um incidente cibernético. Isso torna essencial investir em práticas de higiene cibernética para reduzir a superfície de ataque”, informou o BC no documento. 

O Banco Central também identificou ser necessário avançar em atividades como revisão periódica dos acessos configurados e autenticação multifator, em especial, para atividades como o controle de acesso aos sistemas.

“Sobre esse último item, observa-se crescente número de incidentes em que colaboradores cooptados pelo crime facilitam a instalação de dispositivos físicos no ambiente computacional das instituições, viabilizando a conexão à rede corporativa para subtrair informações ou mesmo proporcionar acesso remoto a sistemas corporativos”, escreveu o BC no relatório.