Com a decisão do Banco Central de manter a Selic em 15% ao ano, o setor industrial reagiu com a sensação de que o Copom prolonga o aperto além do necessário. A decisão, embora esperada, reforçou a posição crítica dos industriais.
Entre fabricantes de máquinas e equipamentos, o diagnóstico é de que o juro alto já cumpre o papel de conter preços, mas começa a impor custos elevados à economia real: crédito escasso, investimentos adiados e menor dinamismo produtivo. No setor, prevalece a percepção de que manter os juros em 15% por período prolongado tende a comprometer a competitividade e a recuperação do emprego.
O Banco Central, por outro lado, sustenta que o cenário ainda exige cautela. O Copom voltou a citar riscos de inflação persistente, como a desancoragem das expectativas, a resiliência dos serviços e a influência de fatores externos, entre eles um câmbio mais depreciado.
A pressão monetária soma-se a outras frentes de preocupação. O setor de máquinas e equipamentos projeta queda de até US$ 300 milhões nas exportações de máquinas e equipamentos voltados ao mercado americano até o fim de 2025, diante de barreiras técnicas e tarifárias. O governo admitiu o risco e informou que mantém diálogo com as empresas.
