Depois da euforia na pandemia com os megabairros planejados, incorporadoras e fundos de investimento voltaram a agir com cautela. O modelo, que prometia retorno seguro, esbarra agora em custos crescentes, exigências ambientais e longos prazos de maturação.
Projetos de larga escala mostram o tamanho do desafio: licenças demoradas, contrapartidas caras e risco de isolamento urbano. No mercado, a leitura é que o ciclo dos megabairros entrou em fase de freio e revisão.
Para reduzir riscos, empresas da área de infraestrutura têm reforçado as equipes jurídicas. O esforço é para evitar embargos, multas e suspensões de alvarás aplicadas por prefeituras e órgãos ambientais.
Segundo Daniel Lopes, do Almeida Prado e Hoffmann Advogados, o formato é atraente por integrar moradia, comércio, serviços e lazer em um único espaço urbano, mas destaca que os riscos são grandes:
“O êxito desses empreendimentos está ligado à solidez da incorporadora, governança clara e previsibilidade do fluxo de caixa”, afirma.
(Atualização às 11h de 15 de outubro de 2025: Antes citado na nota, o projeto da MRV em São José dos Campos, de R$ 1 bilhão, foi retirado do texto. Em contato com a coluna, a empresa informou que o projeto está em fase avançada de desenvolvimento, com seu cronograma adiantado, e que não se enquadra nas dificuldades apontadas por parte do mercado.)
