O governo brasileiro elevou o tom contra Israel após a interceptação da “Flotilha Global Sumud”, que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Em nota oficial divulgada na noite desta quinta-feira, 2, o Itamaraty condenou “nos mais fortes termos” a detenção de ativistas pacíficos em águas internacionais. Entre eles estão 15 brasileiros — incluindo a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE).
O comunicado afirma que a operação israelense fere a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, que garante a liberdade de navegação, e classificou o bloqueio a Gaza como uma “grave violação” ao direito internacional humanitário. O governo cobrou ainda que Israel permita visitas consulares aos detidos e que responda por “quaisquer atos ilegais e violentos” cometidos contra os integrantes da flotilha.
Segundo nota divulgada pelo gabinete de Luizianne, uma primeira visita consular deve ocorrer nesta sexta-feira, 3, para verificar a integridade da delegação brasileira e prestar assistência. A deputada, que participava da missão como observadora internacional, permanece incomunicável desde a abordagem militar. Parlamentares que se reuniram nesta quinta com o chanceler Mauro Vieira relataram preocupação com relatos de interrogatórios ilegais e pediram empenho do governo para localizar dois brasileiros que seguem desaparecidos.
O último contato de Luizianne com sua equipe ocorreu às 18h30 de quarta-feira, pouco antes da interceptação. Desde então, ela e os demais brasileiros seguem incomunicáveis.