Desde que protagonizou em novembro passado o "Fuck you, Elon Musk" no encontro do G20, no Rio de Janeiro, a primeira-dama, Janja da Silva, estava recolhida, sem discursar em eventos ao lado do presidente Lula. Sua presença nas redes sociais também passou a ser mais sóbria. O mergulho, de acordo com interlocutores do Planalto, foi orientado pelo ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), Sidônio Palmeira. A ideia era preservar a imagem da primeira-dama.
Nesta sexta-feira, 7, Janja voltou a participar de um evento oficial ao lado de Lula no Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio (MG). O presidente anunciou a entrega de lotes da reforma agrária e a abertura de linhas de crédito para pequenos agricultores. Com o microfone em punho, ela chorou. "Eu queria agradecer o carinho que eu fui recebida hoje aqui por algumas companheiras. É um carinho que só me faz seguir de cabeça levantada. Eu não tenho medo, eu não tenho vergonha, eu tenho é coragem", disse, dirigindo-se às mulheres da plateia, formada em sua maioria por integrantes do MST (Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Lula chamou Janja ao microfone para que ela pudesse falar sobre o Dia Internacional da Mulher, a ser celebrado neste sábado, 8. A primeira-dama disse que é um dia marcado também por um pouco de tristeza. "É claro que amanhã é um dia de comemorar, mas é um dia de um pouco de tristeza. Está muito difícil para nós mulheres, cotidianamente, sermos mortas, violentadas, termos nosso corpo exposto. Acho que amanhã é um dia de lembrar de todas as companheiras que tombaram. A gente sabe que têm muitas companheiras aqui dos movimentos que tombaram. Então é um dia de luta para que nós mulheres consigamos tocar nossa vida com segurança e com tranquilidade", discursou Janja.