Cinco dos onze ministros do STF não participaram do jantar oferecido pelo presidente Lula na noite desta quinta-feira, 31, no Palácio da Alvorada em apoio a Alexandre de Moraes, alvo de sanções inéditas do governo dos Estados Unidos nesta semana, em retaliação aos processo contra Jair Bolsonaro.

O relator no Supremo Tribunal Federal da ação penal que pode condenar Bolsonaro a prisão ainda este ano, por tentativa de golpe, chegou perto das 19 horas, hora marcada para o jantar. Estiveram presentes ainda os ministros Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Edison Fachin e Luís Roberto Barroso, presidentes da Corte. Moraes garantiu aos presentes que o julgamento de Bolsonaro e dos demais réus segue seu rumo, sem alteração de rota.  

Lula juntou-se aos ministros perto das 19h30. Estavam presentes ainda o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o advogado-geral da União, Jorge Messias.

O encontro foi combinado um dia antes pelos chefes dos poderes Executivo e Judiciário. O jantar foi marcado para selar publicamente o apoio de Lula ao STF e a seus ministros, que entraram no foco dos ataques do presidente Donald Trump e dos bolsonaristas, nas últimas semanas. 

Um dos objetivos do jantar era reunir os 11 ministros do STF com Lula para dar publicidade à aliança. Os membros da corte ouviram do presidente da República a garantia de que sanções de Trump a Moraes e outros ministros serão tratadas como ataques ao Judiciário brasileiro e terão respostas institucionais.  

O relator dos processos virou alvo de medidas efetivas dos Estados Unidos. A pior delas, decretada na quarta-feira, 29, foi a inclusão de seu nome e de familiares nas sanções da Lei Magnitsky. A medida congela bens e valores que ele tenha nos Estados Unidos e ainda impede qualquer transação financeira no país.

Barroso fez o convite informalmente aos demais membros na manhã desta quinta-feira, 31. Os ministros Cármen Lúcia, Luiz Fux, Dias Toffoli, André Mendonça e Kassio Nunes Marques não compareceram. Alguns deles avisaram antecipadamente os motivos da ausência, mas as cadeiras vazias deixaram transparecer a falta de consenso entre membros da corte em relação ao tema. O jantar terminou por volta das 22 horas, mas, Barroso e Fachin, próximo presidente do Supremo, saíram antes do final, sem dar entrevistas.