A Controladoria-Geral da União (CGU) voltou a pedir a Alexandre de Moraes o compartilhamento de provas reunidas pela Polícia Federal em dois casos que envolvem Jair Bolsonaro: o desvio de joias dadas pelo governo da Arábia Saudita do acervo presidencial e a falsificação de cartões de vacina contra a Covid-19.
A CGU já havia solicitado os documentos a Moraes em agosto de 2024, mas o ministro rejeitou o compartilhamento em setembro, por haver investigações e diligências em curso àquela altura. O pedido foi reiterado pelo ministro da CGU, Vinícius Marques de Carvalho, nessa segunda-feira, 5.
A Moraes, Marques citou haver três investigações preliminares sumárias e um processo abertos no ministério para responsabilização dos envolvidos, na esfera administrativa. Ele quer acesso às provas que compõem laudos e relatórios da PF.
“Tais elementos de prova são imprescindíveis para análise do caso, de modo a possibilitar a esta CGU — por intermédio da Corregedoria-Geral da Unido, na condição de Orgão Central do Sistema de Correição do Poder Executivo federal —, a adoção das providências cabíveis para a promoção da responsabilização administrativa dos agentes públicos federais envolvidos”, disse o ofício.
Na esfera criminal, Bolsonaro foi indiciado pela PF nas duas frentes. A PGR ainda não apresentou denúncia ou pedido de arquivamento sobre a investigação das joias sauditas. No caso da fraude no cartão de vacina, Paulo Gonet deu parecer para que ele seja arquivado. O ex-presidente já é réu no STF sobre as articulações golpistas em seu governo.