Cofundadora da Agência Pública, a jornalista Natalia Viana venceu, nesta quarta-feira, 30, o Maria Moors Cabot Prize 2025, a mais antiga premiação internacional de jornalismo, concedida pela Columbia Journalism School, nos Estados Unidos. Natalia Viana foi uma das quatro premiadas nesta que foi a segunda edição do prêmio apenas com mulheres, desde sua criação, 86 anos atrás. As outras premiadas são: Nora Gámez Torres (Miami Herald e El Nuevo Herald, EUA), Omaya Sosa Pascual (Centro de Periodismo Investigativo, Porto Rico) e Isabella Cota (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, México).

Ao lado da jornalista Marina Amaral, Natalia criou a Pública em 2011, com foco em jornalismo investigativo e temas de interesse nacional. Antes disso, em 2010, foi a repórter responsável por trazer para o Brasil sa investigações do Wikileaks, lideradas por Julian Asange. É autora de reportagens e livros investigativos.

No site da Columbia Journalism School, os organizadores do prêmio explicam o motivo da homenagem à brasileira: “o júri destacou sua ética intransigente, inovação e capacidade de articulação em rede, com a Agência Pública funcionando como um polo que conecta centenas de veículos dentro e fora do Brasil”.

Natalia falou com a coluna sobre a honraria:

“É um prêmio de enorme prestígio, uma honra indescritível. Pessoalmente, me sinto em um chamado ao trabalho e à humildade por estar ao lado de jornalistas como Eliane Brum e Patricia Campos Mello, que já venceram o prêmio. Mas eu acho que ele representa bem mais do que isso. É a primeira vez que uma jornalista de um veículo independente ganha o Cabot, o prêmio internacional mais antigo do mundo. Ele reconhece as mudanças no jornalismo e a força das redações independentes de fazer jornalismo de excelência. Obviamente, o prêmio nao é só meu ,mas de todos que fazem a Pública acontecer, em especial a Marina Amaral, minha cofundadora.”

Ela lembrou que, à frente da Pública hoje, estão jornalistas bastante jovens. “É uma geração de jornalistas mais novos e extremamente talentosos que se formaram conosco. Não vou citar nomes aqui pra não ser injusta e nem ‘apanhar’, ,mas acredito que essa galera está fazendo história no jornalismo brasileiro”.