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Juiz diz que homem que matou petista em 2022 foi vítima

Juiz do Paraná disse que homem que matou petista em 2022, em Foz do Iguaçu, foi, na verdade, vítima

Marcelo Arruda (esq) foi morto a tiros por Jorge Guaranho (dir), que invadiu a festa temática do PT onde a vítima fazia a festa de 50 anos em Foz do Iguaçu (PR)

O juiz Benjamim Acácio de Moura e Costa, do Tribunal de Justiça do Paraná, disse em uma audiência que o ex-policial penal Jorge Guaranho que matou o guarda municipal e tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, em 2022, foi, na verdade, vítima do homem assassinado. A audiência aconteceu em julho deste ano e a posição do magistrado foi alvo de uma denúncia no Conselho Nacional de Justiça em outubro.

Guaranho assassinou Arruda em julho de 2022 após uma discussão política. O ex-policial penal é réu por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e será julgado, no tribunal do júri, em fevereiro de 2025.

Juiz da titular na 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná, Moura e Costa disse que Guaranho agiu em legítima defesa diante do comportamento “violento” da vítima. Além de ter defendido a liberdade do réu, o juiz pediu o trancamento da ação.

“A vítima que morreu é um ser humano violento, talvez tanto quanto o réu. […] Isso está nítido, não tem argumento. O rapaz [réu], hoje, parece que é um boca mole, ele tem todo o movimento dificultado, ele é uma pessoa que teve uma redução de virilidade, virou um minguado”, disse Moura e Costa.

O juiz alegou ainda que a Polícia Civil do Paraná deveria instaurar um inquérito para investigar a viúva de Arruda e mais um envolvido.

“Eu não afasto em hipótese alguma a legítima defesa e defendo o trancamento da ação. Não há elementos para denúncia. O que há são dois homens se agredindo e o que morreu foi o que provocou. Em um quadro desse eu não tenho dúvida de trancar a ação penal e instaurar um inquérito para investigar os envolvidos”, disse.

Na mesma audiência foi determinada a prisão domiciliar do réu, mas a ação não foi trancada. Guaranho aguarda o julgamento no Tribunal do Júri.

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