A Justiça do Rio de Janeiro realiza nesta quinta-feira, 4, às 11h, uma audiência a portas fechadas no processo de falência da GAS Consultoria, empresa ligada ao esquema de Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como “Faraó dos bitcoins”. A GAS fez parte do conjunto de empresas investigadas por um dos maiores golpes com criptomoedas do país, atribuído a Acácio.

O processo de falência da companhia, que chegou a movimentar mais de R$ 38 bilhões, mapeia bens e ativos para atender os prejuízos dos investidores lesados. A dívida da GAS já foi estimada em aproximadamente R$ 3,724 bilhões, dividida entre 62.608 credores.

A audiência com Acácio e Mirelis Diaz Zerpa, antiga sócia e mulher dele, destina-se a apurar se existem bens ainda não declarados, dados que podem afetar a massa falida e a potencial reparação a credores. A oitiva não tem relação direta com os processos criminais em curso, que levaram à condenação de Acácio a 19 anos e 2 meses de prisão por organização criminosa e corrupção ativa.

Na audiência, o juiz do caso pode sondar a disposição dos dois para uma mediação civil em um eventual ressarcimento aos investidores. Essa possibilidade foi mencionada por Glaidson Acácio na CPI das Pirâmides Financeiras, realizada em 2023.

No âmbito criminal, o “Faraó” está preso desde 25 de agosto de 2021, quando foi detido na Operação Kryptos sob acusação de comandar uma pirâmide financeira baseada em investimentos em criptomoedas. Acácio responde também a ações penais que investigam homicídios e tentativas de homicídio de concorrentes do mundo cripto. Ele está preso no Complexo Penitenciário de Bangu.

Mirelis foi presa em janeiro de 2024 em Chicago, nos EUA, também na Operação Kryptos.