Após negociações conduzidas pelo governo brasileiro, os 13 brasileiros que participavam da flotilha Global Sumud — entre eles a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) — foram libertados nesta segunda-feira, 7. O grupo foi levado até a fronteira com a Jordânia e recebido por diplomatas das embaixadas do Brasil em Tel Aviv e Amã, que providenciaram o transporte até a capital jordaniana, segundo informou o Itamaraty.
A Global Sumud é uma iniciativa civil internacional que reúne mais de 40 embarcações e cerca de 400 ativistas de diferentes países, com o objetivo de levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza e denunciar o bloqueio imposto por Israel. O grupo, de caráter pacífico, foi interceptado por forças militares israelenses em águas internacionais no dia 1º de outubro, quando tentava se aproximar do território palestino.
Entre os brasileiros detidos estavam, além de Luizianne, os ativistas Thiago de Ávila, a vereadora de Campinas (SP) Mariana Conti (PSOL) e a presidente do PSOL do Rio Grande do Sul, Gabrielle Tolotti. Durante os dias de detenção, familiares e aliados relataram dificuldade de comunicação e preocupação com as condições em que o grupo estava sendo mantido. Parte dos ativistas chegou a ser levada para o centro de detenção de Ktzi’ot, no deserto de Negev.
Desde a interceptação, o governo brasileiro vinha cobrando de Israel acesso consular aos detidos e explicações sobre a operação militar. No entendimento do Itamaraty, Israel violou o direito internacional humanitário ao prender os integrantes da flotilha. Em nota anterior, o ministério havia condenado a abordagem a uma embarcação civil em águas internacionais e pedido a libertação imediata dos brasileiros.
Com a libertação do grupo, o governo brasileiro voltou a defender o fim do bloqueio a Gaza e conclamou a comunidade internacional a pressionar Israel. “O bloqueio constitui grave violação ao direito internacional humanitário”, afirmou o Itamaraty em nota. Ainda não há confirmação sobre o retorno dos ativistas ao Brasil.