É preciso ficar quieto e observar. De repente, o dragão salta do prato de uma sopa quente, do vidro embaçado de um copo esquecido no banheiro ou das nuvens. No novo livro de Carla Kinzo, “Para ver um dragão”, o segredo é ter, sobretudo, paciência e quietude. Uma lição para crianças e adultos em tempos tão inquietos.

No livro, uma prosa-poema com ilustrações de Victoria Hattori, aprende-se que o leitor ou leitora “terá de encarar o que não se mexe para perceber o que existe”.

Pela editora Cai-Cai, “Para ver um dragão” tem os traços da ancestralidade de Kinzo e Hattori. A ilustradora usa os pincéis e tintas herdados de seu tio bisavô, um imigrante japonês. E a autora traz sua herança cultural uchinanchu, da província de Okinawa, antigo Reino de Ryukyu.

Atriz, dramaturga e escritora, Carla Kinzo recebeu, no ano passado, o 3º lugar no Prêmio Clarice Lispector, da Fundação Biblioteca Nacional, com seu livro de contos “Ursa menor”, da editora Quelônio.