Embora o governo opere para constranger os parlamentares da base que apoiam a anistia, o presidente Lula quer se manter bem longe do assunto. Ele já foi abordado por Hugo Motta sobre um eventual meio-termo para os condenados, mas não se pronunciou.

Na visão do petista, este não é um tema em que o presidente da República deva se envolver. É o que ele tem dito aos auxiliares mais próximos.

Com isso, o governo também se blinda contra criar atrito com o Supremo Tribunal Federal. Os ministros já se ressentiram na semana passada com uma declaração de Gleisi Hoffmann, que depois teve de esclarecer que a diminuição de pena ou qualquer outro abrandamento das condenações dos envolvidos no golpe e nos atos de 8 de Janeiro cabem ao STF apenas.

O melhor cenário para o governo é engavetar o projeto de lei da anistia e deixar que a discussão sobre penas menores para os condenados seja feita apenas entre os parlamentares e o Supremo.

Para Lula, que tem tentado afinar o relacionamento com o Congresso, o diálogo com Hugo Mota e Davi Alcolumbre tem de ficar em torno dos projetos prioritários para o governo.