Em conversa com a coluna, o ex-procurador-geral da República Augusto Aras negou ter passado informações de forma indevida ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Conforme divulgou o UOL, Cid enviou mensagem ao assessor jurídico do Exército, general Santana Netto, uma lista de inquéritos nos quais era investigado. E acrescentou: “Informação passada de forma reservada pelo PGR e pela V PGR Lindora”.

A mensagem é de 2 de janeiro de 2023, data em que Aras estava à frente da PGR. Lindôra Araújo era a vice dele. “Eu não conheço nenhuma dessas pessoas”, disse Aras à coluna. “Mauro Cid usou o nome da PGR de forma indevida no WhatsApp. Eu não tenho nada a ver com isso. Ninguém pode responder pelo que esta no WhatsApp de ninguém”, completou o procurador.

As investigações contra Cid estavam sob a condução da PGR, por envolverem também Bolsonaro, que era presidente da República e, portanto, com direito ao foro privilegiado. O conteúdo do celular de Cid foi extraído pela Polícia Federal. Embora não tenha sido encontrada mensagem trocada entre Cid e membros da PGR, os números de Aras e de Lindôra estavam gravados na agenda de contatos.

Em entrevista concedida à coluna em fevereiro, Aras disse que era recebido por Bolsonaro com frequência no Palácio da Alvorada. Segundo o procurador, o presidente não tratou com ele da trama golpista nessas ocasiões. A pauta principal das conversas, de acordo com Aras, era futebol.