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Mendonça suspende julgamento que pode encerrar caso Odebrecht contra Alckmin

André Mendonça pediu vista em julgamento virtual que analisa recurso da PGR contra decisão de Toffoli de arquivar ação de improbidade contra Alckmin

Foto: Rosinei Coutinho/STF
Foto: Rosinei Coutinho/STF

Geraldo Alckmin terá de esperar mais algum tempo para saber se ficará livre de uma ação de improbidade administrativa contra ele que tramita na Justiça de São Paulo. O processo trata de supostos repasses ilegais da Odebrecht na eleição de 2014.

André Mendonça pediu vista nesta terça-feira, 11, e suspendeu o julgamento da Segunda Turma do STF que analisa o recurso da PGR contra a decisão de Dias Toffoli de arquivar o caso contra Alckmin e outros réus.

Como mostrou a coluna, Toffoli e Gilmar Mendes já haviam refutado o entendimento de Paulo Gonet e se posicionado por encerrar o processo. Edson Fachin, como é de costume nos casos que envolvem a anulação de ações decorrentes da Lava Jato, divergiu dos colegas.

O julgamento virtual acabaria ao fim desta terça, mas Mendonça pediu mais tempo para analisar a questão. Além do voto dele, restava o de Kassio Nunes Marques. O vice-presidente precisa de mais um voto favorável para se ver livre do caso.

Esse é o segundo pedido de vista na análise do recurso da PGR. Em dezembro, Gilmar já havia interrompido o julgamento, retomado no último dia 28 de fevereiro.

Suspeitas sobre 2014

O processo contra Geraldo Alckmin e outros cinco réus tramita na 13ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo. A ação trata de R$ 8,3 milhões da Odebrecht que teriam sido repassados via caixa dois à campanha de Alckmin ao governo de São Paulo em 2014, quando ele foi reeleito pelo PSDB. Segundo o Ministério Público, o tesoureiro da campanha, Marcos Monteiro, recebeu o dinheiro.

A decisão de Toffoli de encerrar o processo contra Alckmin e os outros acusados foi tomada em um pedido de Monteiro ao STF. Meses antes de arquivar o caso, o ministro havia determinado que as provas derivadas do acordo de leniência da Odebrecht fossem retiradas da ação de improbidade. Ele mandou a Justiça paulista informar se o caso poderia prosseguir sem esse material.

Em seguida, a juíza Luíza Barros Verotti, responsável pela ação na Justiça paulista, afirmou haver provas “imunes de contaminação” e decidiu pela continuidade do processo. Entre os elementos citados por ela estão planilhas de pagamentos e depoimentos de delatores. Toffoli, contudo, viu “presença de patente ilegalidade” no caso. Para ele, as provas citadas pela juíza Verotti também são inválidas e a ação deve ser encerrada.

Ao recorrer contra essa decisão do ministro, Paulo Gonet argumentou que não há “flagrante ilegalidade ou teratologia” na decisão da magistrada que motivassem a decisão de ofício de Toffoli para arquivar a ação. Para o PGR, o processo deveria seguir.

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