Um dia após o ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmar que a Selic deveria cair nos próximos meses, o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve nesta quarta-feira, 17, os juros inalterados em 15%. A decisão foi unânime. Para frustração do governo, a autoridade monetária também voltou a sinalizar que o ciclo de cortes não deve ocorrer no curto prazo – o que, para analistas, significa que uma redução da taxa atual só venha em 2026.

A firmeza no discurso adotado pelos integrantes do Copom levou uma ala do mercado a esperar por uma queda da taxa somente no segundo trimestre do próximo ano.

Na avaliação majoritária de economistas e investidores, ao manter no texto a afirmação de que os juros seguirão em “patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado” e repetir a expressão “bastante prolongado” em outro trecho do comunicado, os diretores do Banco Central sinalizaram que não há espaço para corte até dezembro. 

Além disso, em relação ao comunicado divulgado após a reunião anterior, em 30 de julho, os diretores do BC mantiveram os trechos nos quais dizem que o comitê “seguirá vigilante” e que “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”.

A autoridade monetária também manteve a avaliação de que ambiente econômico segue marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Com isso, não há espaço para redução da taxa, pelo menos no curto prazo.

Por outro lado, o texto desta quarta-feira não manteve trecho do comunicado anterior que antecipava “uma continuação na interrupção no ciclo de alta”.