Parte do PL do Rio de Janeiro assumiu como missão política conseguir reverter a inelegibilidade de Washington Reis, nome forte na Baixada Fluminense e filiado ao MDB, para cacifá-lo ao Executivo do estado. O motivo é a resistência na bancada do Rio em apoiar o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, do União Brasil, para o governo em 2026. Bacellar é, atualmente, o candidato de Cláudio Castro para sua sucessão. O acordo é que ele assumirá o governo após Castro se desincompatibilizar para disputar o Senado.
Washington Reis foi prefeito de Duque de Caxias (RJ), na Baixada, e está inelegível por uma decisão do STF, em 2016, que o sentenciou a sete anos, dois meses e 15 dias de reclusão por crimes ambientais e parcelamento irregular do solo em área de preservação ambiental, durante sua gestão como prefeito de Caxias. Reis também é o nome apoiado por Silas Malafaia para o governo do Rio de Janeiro.
Em 2022, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) indeferiu, por unanimidade, o registro de sua candidatura a vice-governador na chapa de Cláudio Castro, com base nessa condenação. Apesar de ter recorrido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a inelegibilidade foi mantida.
Alguns deputados do PL temem aliar seus nomes ao de Bacellar devido a casos recentes, como o escândalo dos funcionários fantasmas do Ceperj. Além disso, o pastor Silas Malafaia, que tem forte influência na política do Rio de Janeiro, posicionou-se contra a candidatura do presidente da Alerj.
O posicionamento de Malafaia e de alguns deputados do PL embaralhou, novamente, o cenário político da direita no Rio de Janeiro para 2026. Caso Washington Reis consiga reverter sua inelegibilidade, ele deverá ser candidato pelo MDB.
Bacellar já tem o apoio do governador Cláudio Castro, de Flávio Bolsonaro, do presidente do PL no Rio de Janeiro, Altineu Côrtes e de Jair Bolsonaro. No entanto, a posição de Malafaia, de outros deputados da bancada fluminense e, de uma possível mudança na situação eleitoral de Washington Reis, mostra que ainda existem outros caminhos até 2026.