Morreu nesta quarta-feira, 26, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD). Ele tinha 77 anos e foi internado após uma parada cardíaca. No cargo há 3 anos, Fuad tinha um linfoma abdominal não Hodgkin, que incide sobre as células do sistema linfático, descoberto pouco antes da campanha, em 2024. Durante o processo eleitoral, ele passou pelo tratamento e fez quimioterapias semanais.
Recentemente, Fuad sofreu várias complicações de saúde em decorrência do tratamento. No início do ano ele esteve internado com insuficiência respiratória e foi diagnosticado com pneumonia.
Fuad era casado com a pedagoga Mônica Drummond, com quem teve dois filhos, Paulo Henrique e Gustavo, e quatro netos. Ele é autor de três livros: “Marcas do Passado”, “O Amargo e o Doce”, e “Cobiça”.
O político chegou ao poder na capital mineira em 2018, como vice-prefeito na chapa de Alexandre Kalil (PSD). Em 2020, Fuad assumiu a prefeitura no lugar do titular, que deixou o executivo municipal para concorrer ao governo do estado. Economista, antes de ser vice, ele já havia conquistado a confiança de Kalil como secretário de Agricultura no primeiro mandato.
Apesar de sua proximidade com Kalil, Fuad não teve o apoio do ex-prefeito nas últimas eleições. Kalil rompeu com ele devido a divergências em relação às escolhas de seus secretários. O ex-prefeito apoiou a candidatura de Mauro Tramonte (Republicanos), mas Fuad venceu o pleito contando com novos apoios, como o do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Devido às complicações com a saúde, Fuad se afastou da prefeitura em janeiro e o vice, Álvaro Damião (União Brasil), ocupou o cargo de forma interina. Agora, Damião assume o posto definitivamente. Jornalista, Damião é muito conhecido no estado por sua atuação em rádio e TV há mais de 30 anos. Em suas redes sociais, o novo prefeito lamentou a morte do prefeito dizendo que acompanhou, passo a passo, a luta dele contra câncer.
"Testemunhei a força, a fé e a coragem de um homem que superou todos os limites possíveis e imagináveis. Nosso relacionamento era profissional diante de nossas responsabilidades públicas. Mas era humano, fraterno e carinhoso no trato cotidiano. Fuad me tratava como um filho, sempre me orientando, aconselhando e puxando a orelha quando havia necessidade. A política pode ser feita com ternura. Fuad era firme sem ser intolerante. Era propositivo, sem jamais ser impositivo. E sabia muito bem o que queria, sendo um homem do diálogo, da convergência e da união. Fuad foi um guerreiro", escreveu.
Pesar
O vice-presidente em exercício, Geraldo Alckmin, lamentou a morte de Fuad Noman, em nota divulgada nas redes, lembrando o time do coração do prefeito: o Atlético. "Ele dedicou toda sua vida ao serviço público. Com extensas contribuições aos três níveis de governo, notabilizou-se por sua competência como gestor e partiu dedicando-se ao povo de Belo Horizonte. O Atlético Mineiro perde um ilustre torcedor, mas os céus ganham um homem público que deixou um legado respeitável, no Brasil. Que Deus conforte os corações de sua família e de seus amigos, e que seu trabalho tenha, no prefeito Álvaro Damião, um continuador", disse Alckmin.
Em viagem ao Japão, ao lado de Lula, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), também lamentou por meio das redes sociais a morte do prefeito. "Fuad foi um homem público exemplar, com uma trajetória marcada pela competência, integridade e dedicação ao serviço público. Atuou com destaque em diversas funções nos âmbitos municipal, estadual e federal, sempre com o olhar voltado para o bem comum", disse o amapaense.
Da mesma forma, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também divulgou nota de pesar. "Recebi com muito pesar a notícia do falecimento do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman. Quero expressar meus sentimentos à família e aos amigos, neste momento de dor, e à população da capital mineira".