O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), conseguiu retomar o comando da mesa e abrir a sessão desta quarta-feira, 6. A ocupação do plenário por parlamentares da oposição, em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi encerrada após intensas negociações e ameaça de suspensão de mandatos. A sessão, convocada para 20h30, começou às 22h24 e terminou menos de vinte minutos depois, sem votações.

“Durante todo o dia, dialogamos com todos os líderes dessa Casa e quero começar dizendo que a nossa presença hoje é para garantir a respeitabilidade inegociável desta mesa e para que esta Casa se fortaleça. Até para atravessar limites há limites. O que aconteceu aqui não foi bom. O que aconteceu, a obstrução, não fez bem a esta Casa. A oposição tem todo o direito de se manifestar, mas dentro do nosso regimento”, disse Motta. Ele acrescentou: “Não vai ser na agressão que vamos resolver. Eu peço para que todos deixem o espaço da mesa, de forma educada.”

O presidente também afirmou que “não vivemos tempos normais” e que “nossa democracia não pode ser negociada”. Sem citar diretamente Bolsonaro, mencionou que fatos recentes provocaram “ebulição” e defendeu que “projetos pessoais não podem estar à frente do povo”. Para ele, o diálogo é “o caminho das grandes construções que o Brasil precisa”.

A sessão teve gritos e protestos de deputados da oposição. Motta se postou ao lado da cadeira da presidência até conseguir se sentar.  “Peço que deixem a Mesa trabalhar. […] Não vai ser na agressão que nós vamos resolver esse problema”, disse. Antes de assumir, Motta negociou pessoalmente com líderes partidários e ameaçou suspender o mandato de quem insistisse em permanecer na Mesa, além de acionar a Polícia Legislativa.