O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), deu sinais a aliados de que pretende adiar para 2026 a indicação para a vaga aberta no TCU (Tribunal de Contas da União). A postergação contraria a pressão do PT para votar o tema ainda este ano e reabre a disputa dentro do Centrão pela escolha do substituto do ministro Aroldo Cedraz, que se aposenta em fevereiro.
Integrantes do PT insistem que a indicação seja votada antes do recesso. Em acordo amplamente divulgado na Câmara, a bancada do partido apoiou a candidatura de Motta para a presidência da Casa com a expectativa de indicar o futuro ocupante para esta vaga no TCU — espaço que a legenda reclama nunca ter ocupado politicamente. O nome cogitado pelos petistas é o do deputado Odair Cunha (MG).
Os sinais de adiamento apareceram depois da escalada de atritos entre Motta e o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ). A movimentação abriu uma reação imediata no Centrão. Partidos como PSD e União Brasil afirmam não ter participado do acordo mencionado pelos petistas e defendem que a disputa seja empurrada para o ano que vem. Assim, esperam ter mais tempo para negociar um candidato que seja aprovado no plenário.
O União Brasil trabalha pelo nome do deputado Danilo Forte (CE), enquanto o PSD se divide entre Pedro Paulo (RJ) e Hugo Leal (RJ). Políticos dessas siglas têm cobrado de Motta que não entregue uma vaga estratégica ao PT, çois avaliam que o partido atua contra a prática das emendas impositivas.
Aliados próximos dizem que Motta vê no adiamento uma forma de marcar posição após os ataques públicos do PT e de evitar a pecha de “frouxo”. A avaliação no entorno do presidente da Câmara é que ele quer reforçar que está no comando do processo e que a indicação ao TCU não será usada como instrumento de pressão política.
