Depois de mais de um ano de tensão, o MST encerrou parou de pedir a cabeça de Paulo Teixeira no Ministério do Desenvolvimento Agrário. Apesar de ser um aliado do movimento social, o petista sofria severas críticas dos sem-terra, que reivindicavam mais protagonismo e mais verbas para a reforma agrária.

Para selar o atual clima de paz, Teixeira foi um dos convidados de honra da celebração de 40 anos do MST, em Pontão (RS), neste final de semana. A festa ocorrerá no assentamento 16 de Março, fruto da ocupação dos sem-terra na Fazenda Annoni.

Alguns fatores distensionaram a relação entre o ministro e o MST. Um deles é de ordem técnica: os sem-terra se fiavam em dados externos de avaliação da reforma agrária no Brasil que eram conflitantes — e inferiores — com os números apresentados pelo ministério. De acordo com integrantes da pasta, o DataLuta, da Unesp, que faz esse levantamento, publicou uma nota técnica atualizando os dados, que se assemelharam aos do governo.

No final do mês passado, Paulo Teixeira anunciou em Pernambuco, durante um evento do MST, a ampliação de investimentos na reforma agrária, a retomada da parceria com o Banco do Brasil para o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e o lançamento do curso de Medicina do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).

O local desses anúncios foi escolhido a dedo: o líder do MST em Pernambuco, Jaime Amorim, era um dos principais críticos de Teixeira.