O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou nesta segunda-feira, 10, dos negociadores que participarão da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30, medidas efetivas para frear o aquecimento global. Lula discursou na cerimônia de abertura do evento, criticou os negacionistas climáticos e disse que, ao invés de gastar US$ 3 trilhões em guerra, os países deveriam mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano para financiar investimentos em descarbonização. 

“Sem o Acordo de Paris, o mundo estaria fadado a um aquecimento catastrófico de quase cinco graus até o fim do século. Estamos andando na direção certa, mas na velocidade errada. No ritmo atual, ainda avançamos rumo a um aumento superior a 1,5º na temperatura global”, disse Lula. 

Segundo o presidente República, os negociadores precisam definir “mapas do caminho” para que os países, de forma justa e planejada, superem a dependência dos combustíveis fósseis, parem e revertam o desmatamento e mobilizem recursos para esses fins.

“A mudança do clima já não é uma ameaça do futuro, é uma tragédia do presente. O furacão Melissa que fustigou o Caribe e o tornado que atingiu o estado do Paraná, no Sul do Brasil, deixaram vítimas fatais (sic) e um rastro de destruição”, disse. 

Lula também voltou a propor a criação de um Conselho do Clima, vinculado à Assembleia Geral da ONU. Segundo ele, a criação desse colegiado é “uma forma de dar a esse desafio a estatura política que ele merece”. 

“Na terceira parte, convoco a comunidade internacional a colocar as pessoas no centro da agenda climática. O aquecimento global pode empurrar milhões de pessoas para a fome e a pobreza, fazendo retroceder décadas de avanços”, disse.