O presidente do conselho da Multi (ex-Multilaser), Alexandre Ostrowiecki, é cético em relação à manutenção das tarifas elevadas para o comércio entre China e os Estados Unidos, mas, uma vez que o cenário perdure, avalia ampliar sua produção de eletrônicos para atender a demanda do mercado americano.
Hoje, uma parcela de produtos fabricados pela empresa é de origem asiática. Há ainda um laboratório da Multi na China.
“Se as tarifas perdurarem, com a inevitável retaliação chinesa aos americanos, existirá muito mais espaço para o Brasil exportar. A Multi, por sua vez, pode ampliar sua produção de categorias eletrônicas, como smartphones, tablets, eletroportáteis e exportar aos Estados Unidos”, apontou ele à coluna.
Ostrowiecki, que foi CEO da empresa por 22 anos, afirmou que o México tem mais possibilidades que o Brasil de capturar a demanda a ser criada com a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos.
“O México está literalmente colado aos Estados Unidos, tem uma tradição bem mais antiga de produção para o mercado americano e tarifas ainda melhores que o Brasil.”
Mas o cenário ainda é de incertezas, tanto que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, na última sexta-feira, 11, que smartphones, computadores, chips e outros eletrônicos deverão ficar isentos das tarifas comerciais impostas pela Casa Branca.
“O agronegócio brasileiro poderá se beneficiar muito pois tanto Brasil quanto Estados Unidos exportam muitas commodities para os chineses.”