O projeto que amplia o número de cadeiras na Câmara dos Deputados está pautado para votação no Senado nesta quarta-feira, 25, e deve ser aprovado, segundo a maioria das previsões. O projeto de lei complementar, já aprovado na Câmara, aumenta de 513 para 531 o número de deputados federais, com base nos dados atualizados do Censo de 2022.

A mudança, no entanto, tem gerado reação na opinião pública por seus efeitos práticos: elevação de gastos públicos, possível efeito cascata nas Assembleias Legislativas, e a crítica de que o tema não faz parte das prioridades da população. O PlatôBR ouviu dois senadores contrários ao aumento das bancadas.

“É um escárnio com a população brasileira esse aumento. Já temos deputados demais. Tenho até um projeto para reduzir para 300, esse não é votado, mas querem votar para aumentar, num jeitinho brasileiro, que não tem o menor cabimento”, afirmou Eduardo Girão (Novo‑CE). Para o senador, a proposta desrespeita o contribuinte e pode gerar impactos bilionários: “Fiz uma análise, não estou nem falando dos R$ 65 milhões em salários. São estruturas, emendas parlamentares. Estimo em cerca de R$ 1 bilhão por ano”, complementou.

Girão criticou ainda  o momento da votação: “A maioria dos senadores está nos estados, porque essa é uma semana remota. Pode ser votado pelo celular. Fiz questão de vir, porque essa proposta abre um precedente perigosíssimo”, disse.

Também contrário ao projeto, o senador Cleitinho defendeu uma consulta direta aos eleitores: “Pergunta à população brasileira se quer mais deputados. Eu sou a favor de uma reforma política que diminua deputados e senadores. E a gente está aqui debatendo o aumento. É um absurdo”, disse o senador, também reclamou da data da votação por causa do  “plenário vazio”.

O projeto segue em tramitação no Senado sob relatoria do senador Marcelo Castro (MDB‑PI), que já disse ser favorável ao aumento no número de cadeiras. Caberá a ele apresentar o parecer que será submetido à votação em plenário.