O psicanalista argentino Mariano Horenstein atravessou o mundo para entrevistar nomes notáveis que, em algum momento, sentaram-se no divã da psicanálise. O resultado está em “Conversa infinita”, da Quina Editora, um livro com 19 entrevistas de personalidades das artes.

Os nomes vão de Caetano Veloso e Jorge Drexler a Marina Abramović, David Cronenberg, Paul Auster e Siri Hustvedt. Os textos são saborosos e as entrevistas, reveladoras.

Ao falar de Caetano, Horenstein conta que o cantor e compositor tem uma faceta desconhecida, a de amante da psicanálise. “Alguém que fez dessa disciplina parte de sua vida, a ponto de decidir seu local de residência em função de haver ou não psicanalistas por perto”, escreveu o autor, afirmando que o artista pode discutir sobre psicanálise como se um psicanalista fosse.

De seu apartamento em Nova York, Marina Abramović contou a Horenstein o quão ruim foi sua experiência com uma terapeuta de casal, que sempre dava razão ao seu companheiro de então. E falou da relação de suas obras e performances com a psicanálise, com o papel de mostrar ao público sua vulnerabilidade.

E, assim, cada entrevistado vai revelando suas experiências com a psicanálise e como seu trabalho e sua vida se relacionam com esse tema. Longe do tom jornalístico ou analítico, os textos de Mariano Horenstein mostram como ele exerce a escuta atenta e observa cada detalhe desses encontros.