A três semanas da COP30 (Conferência do Clima da ONU), que será realizada em Belém, a ministra Marina Silva (Meio Ambiente), evitou no primeiro momento comentar a licença dada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para a Petrobras iniciar a perfuração de um poço exploratório no bloco FZA-M-059, localizado em águas profundas do Amapá, a 500 quilômetros da foz do rio Amazonas e a 175 quilômetros da costa.
O ministério informou que a ministra não pretende fazer comentários nesta segunda-feira, 20, sobre o assunto, postura que contrasta com a posição que ela adotou no segundo mandato de Lula. Em 2008, Marina deixou a pasta do Meio Ambiente por discordar da construção da usina hidrelétrica da Belo Monte.
De acordo com informações prestadas pela Petrobras, o equipamento para a perfuração do poço já está no local para início imediato da exploração. Essa prospecção tem duração estimada de cinco meses e tem o objetivo de levantar informações geológicas sobre a existência e a viabilidade econômica da exploração de petróleo e gás na região.
Essa fase é chamada de Avaliação Pré-Operacional (APO) e não há exploração de petróleo ou gás nesse momento. Caso seja comprovada a viabilidade técnica e econômica, a empresa terá que solicitar uma licença de exploração dos combustíveis fósseis.
A autorização do Ibama foi comemorada por setores do governo. O ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) disse que a região tem importância estratégica para a segurança energética nacional, e sua exploração será feita com “responsabilidade ambiental”.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), disse ter recebido “com grande entusiasmo” a autorização do Ibama. “Essa decisão marca um passo histórico para o desenvolvimento do Brasil, em especial para o meu estado, o Amapá, e para toda a região Norte”, disse o senador, por meio de nota. “A autorização do Ibama reafirma que é possível conciliar crescimento econômico e preservação ambiental, garantindo que os benefícios dessa atividade cheguem às populações locais e fortaleçam a soberania energética nacional”, argumentou na nota.