A decisão do STF de reabrir a investigação contra Valdemar Costa Neto pela trama golpista vai voltar a impedir que o presidente do PL siga mantendo contato com Jair Bolsonaro na prisão domiciliar. Eles já haviam ficado um ano e um mês sem se falar, entre fevereiro de 2024 e março de 2025, exatamente em razão das investigações.

Ao decretar a prisão domiciliar de Bolsonaro, em agosto, por descumprimento de medidas cautelares, Moraes reiterou que o ex-presidente não poderia manter qualquer contato com alvos das ações penais e do inquérito relacionados à tentativa de golpe, “inclusive por intermédio de terceiros”.

Valdemar esteve na casa de Jair Bolsonaro na segunda-feira, 20. O presidente do PL já havia feito outra visita a Bolsonaro em agosto. Nos encontros, eles articulavam ações do bolsonarismo no Congresso, como a busca pela anistia, e questões relacionadas às eleições de 2026.

O impedimento a que ambos se falassem, entre 2024 e 2025, era frequentemente citado por bolsonaristas como tentativa de Moraes de “asfixiar” politicamente o PL. A falta de contato abrangeu, por exemplo, todo o período das eleições municipais do ano passado.

A reabertura da investigação sobre Valdemar Costa Neto foi sugerida por Alexandre de Moraes no julgamento do núcleo 4 da trama golpista, o “núcleo da desinformação”. Os ministros da Primeira Turma seguiram a posição de Moraes.