Em meio a notícias de que ministros do STF teriam ficado descontentes e desconfortáveis com a decisão de Alexandre de Moraes de prender Jair Bolsonaro em casa, aliados do entorno de Bolsonaro veem com ceticismo a possibilidade de a Corte reverter a ordem de Moraes.

Entre esses bolsonaristas, a avaliação é que a revogação da prisão seria impossível na Primeira Turma, composta por ministros mais próximos a Lula, como Cristiano Zanin e Flávio Dino, e que uma reviravolta seguiria sendo improvável mesmo se o plenário julgasse o caso.

Entende-se que a Corte não daria uma demonstração tão ostensiva de descrédito em relação a Moraes em um momento de ofensiva dos Estados Unidos. O ministro, afinal, acaba de ser sancionado pelo governo Donald Trump com a Lei Magnitsky — a mesma que o republicano ameaça aplicar contra outros ministros do Supremo.

Apesar do ceticismo, aliados de Bolsonaro têm dito que a “fumaça” de alguma discórdia entre os ministros nos bastidores já é um ponto positivo, assim como a decisão de Moraes de permitir que familiares de Bolsonaro o visitem na prisão domiciliar e a indicação do ministro de que não vai embarreirar visitas de aliados políticos. O senador e ex-ministro Ciro Nogueira, primeiro a visitar o ex-chefe, ainda na terça-feira, que o diga. 

Uma fila de aliados do ex-presidente, composta sobretudo por parlamentares bolsonaristas, aguarda uma decisão de Alexandre de Moraes sobre seus pedidos para visitar Jair Bolsonaro em sua casa em Brasília. Nessa quarta, o ministro pediu que a defesa de Bolsonaro se manifeste sobre o interesse dele em receber cada um dos políticos que pediram para visitá-lo.