Antes mesmo de embarcar para a África, onde participará da reunião do G20 e fará uma visita de Estado a Moçambique, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi aconselhado por auxiliares a procurar o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

A ideia é que Lula converse com Alcolumbre assim que ele retornar da viagem para aparar as arestas causadas pela escolha do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o STF (Supremo Tribunal Federeal). 

Alcolumbre se reuniu pessoalmente com Lula para informá-lo de que o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) tinha seu apoio para a vaga. O presidente do Senado esperava que o petista o procurasse para comunicar a decisão, mesmo que optasse por outro nome. Ao saber da indicação de Messias pela imprensa, Alcolumbre ficou furioso, relataram ao PlatôBR auxiliares do petista.

Emissários
Lula incumbiu o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), da tarefa de resolver o mal-estar com Alcolumbre. No primeiro contato não houve conversa, segundo fontes do governo. A ordem de Lula é para insistir.

O governo tem interesse em retomar a boa relação o quanto antes, especialmente pelo risco de o estresse causar prejuízos aos interesses do governo no Congresso. Até dias atrás, Lula tinha em Alcolumbre um aliado de primeira hora, coisa que os auxiliares do palácio não diziam, por exemplo, de Hugo Motta – o presidente da Câmara é visto com reservas pela equipe do presidente.

A aposta no Planalto é que a relação entre Lula e Alcolumbre logo será retomada. Por dois motivos, em especial: 1) o presidente do Senado tem vários cargos no governo e 2) a boa popularidade de Lula na região norte do país e, particulamente, no Amapá, estado do senador, tende a fazer com que Alcolumbre não estique demais a corda sob pena de sofrer danos eleitorais com a crise.