O senador Renan Calheiros teve participação discreta na reviravolta que garantiu a vitória da oposição na CPI mista do INSS, instalada na última quarta-feira, 20.
Insatisfeito com a escolha de Wadih Damous para a presidência da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Renan articulou a ausência de Rafael Brito, também do MDB de Alagoas. Damous havia sido aprovado para comandar a agência na véspera da instalação da CPI.
Brito integra o grupo político de Renan em Alagoas e foi escolhido pelo senador para disputar a prefeitura de Maceió em 2024 pelo MDB. Com sua ausência, suplentes do PL assumiram as vagas e votaram no lugar de titulares da base governista. Também faltaram à sessão o senador Cid Gomes e os deputados Mário Heringer, Romero Rodrigues e Bruno Farias.
A relação entre Renan e Damous é marcada por atritos. Em 2007, quando presidia a OAB do Rio de Janeiro, o atual dirigente da ANS assinou um pedido de afastamento de Renan, então presidente do Senado.
A atuação de Renan não foi contra o governo, mas contra Davi Alcolumbre, que chancelou o nome de Damous para ANS. Acolumbre havia indicado o senador Omar Aziz para presidir a CPI, mas, com a reviravolta, o nome escolhido foi o de Carlos Viana.