Jair Bolsonaro amanheceu nesta quinta-feira, 24, com a notícia de que pode, em tese, dar entrevistas presenciais. O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), esclareceu que o ex-presidente está liberado para conversar com jornalistas, desde que respeite as restrições que seguem em vigor, como a proibição de usar redes sociais e de atacar instituições. Apesar do sinal verde, o despacho ainda deixou dúvidas, tanto que a própria defesa diz estar analisando os limites.
Bolsonaro fez um roteiro bem calculado: foi a culto, chorou diante das câmeras, passou a tarde na sede do PL e, no fim, anunciou que ainda não vai falar. Assim como nos últimos dias, o ex-presidente circulou, apareceu em vídeos e seguiu o tom de cautela.
Na igreja, em Taguatinga, ao lado da ex-primeira-dama Michelle, ouviu ela se declarar com um “marido, te amo” e se emocionou diante das câmeras. A cena reforçou a aposta dele no ambiente religioso como espaço seguro para se manter em evidência.
À tarde, o ex-presidente seguiu para a sede do PL em Brasília. Chegou por volta das 13 horas, caminhando entre aliados e jornalistas, e disse: “Vou falar com os advogados e ver o que posso falar”. Na saída, às 17h25, confirmou que continuaria em silêncio: “A defesa ainda está analisando o despacho do ministro, então, por ora, eu não vou me manifestar”.
Assista à declaração de Bolsonaro nesta quinta, 24:
O gesto de silêncio controlado parece parte de uma estratégia: aparecer para mostrar que está no jogo, mas sem falar para não tensionar ainda mais com o Judiciário.