Considerado um dos “malditos” da cultura brasileira, Jards Macalé queria viver, quem sabe, 200 anos. Se morresse antes, encontrando o imponderável, aceitaria. “O imponderável é tão imponderável que é melhor aceitá-lo como imponderável”, brincou com Antonio Abujamra, no “Provocações”, da TV Cultura, em 2012.

Questionado sobre o que faria se chegasse lá, do outro lado, e descobrisse que o que existia era o nada, o compositor e cantor respondeu: “Ou eu adorarei, ou voltarei correndo”.

Abujamra morreria três anos depois da entrevista. E, nessa segunda-feira, 17, o “imponderável” chegou também para Jards Macalé, que morreu aos 82 anos no Rio.

O compositor estava internado em um hospital da Barra da Tijuca tratando uma broncopneumonia. Sofreu uma parada cardíaca. Em seu perfil no Instagram, seus auxiliares contam que ele chegou a acordar de uma cirurgia cantando “Meu nome é Gal”.

A postagem que confirma sua morte é encerrada com uma fala do artista:

“Nessa soma de todas as coisas, o que sobra é a arte. Eu não quero mais ser moderno, quero ser eterno.”

Instagram will load in the frontend.