Gusttavo Lima tem indicado não querer cometer o erro de seu amigo Pablo Marçal na disputa pela Prefeitura de São Paulo: debutar na política por um partido nanico.
Duas das legendas que cortejam o cantor sertanejo, PP e União Brasil, são estrelas do Centrão bem-estruturadas e com capilaridade política nacional.
Outro ponto importante às pretensões de um presidenciável é que as duas siglas de olho no cantor sertanejo estão entre as mais irrigadas pelos fundos eleitoral e partidário. Em 2024, os cofres do PP receberam R$ 417,2 milhões do fundo para financiamento de campanhas e R$ 90 milhões do fundo para manutenção dos partidos; no União, as cifras foram ainda maiores: R$ 536,5 milhões e R$ 107,2 milhões, respectivamente.
Com tanto dinheiro público, seria mais complicado a Lima lançar mão do discurso de que Marçal usou e abusou, de que concorria por um partido nanico e sem recursos, ao contrário de seus adversários, por ser um candidato antissistema.
Além dos cofres forrados dos partidos que podem abrigá-lo — dinheiro que Gusttavo Lima pode optar em não usar — o cantor já articula com donos de casas de apostas o financiamento de sua estreia na política, como mostrou a coluna. Caso não concorra à Presidência, o que é provável, ele pode se candidatar a uma vaga no Senado por Goiás.