Se até a semana passada a bolsa de apostas do Planalto dava como certa a saída de Paulo Teixeira, nesta semana o ministro ganhou mais fôlego. A avaliação de auxiliares de Lula e de dirigentes dos movimentos sociais é que o petista deverá permanecer no Ministério do Desenvolvimento Agrário, a não ser que haja mudanças no comando da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Caso Lula ceda ao Centrão a presidência da Conab, o petista gaúcho Edgard Pretto ficaria desalojado e poderia assumir o Desenvolvimento Agrário. Seria uma forma de contemplar o PT do Rio Grande do Sul após a saída de Paulo Pimenta do governo. Os petistas, no entanto, consideram que o comando da Conab é muito valiosa para sair das mãos do partido, mesmo que seja para manter com a legenda o ministério.
O outro nome cotado é de Pimenta. Mas a avaliação é que ele quer mesmo é disputar o Senado e não faria muito sentido ficar em Brasília para um cargo de relacionamento com grupos com os quais ele já tem franca abertura, que são os movimentos sociais ligados à terra, como o MST.
Há algumas semanas, Lula teve uma reunião considerada duríssima com Teixeira e o MST, quando cobrou do ministro resultados no assentamento de famílias.
A relação entre Teixeira e o movimento sem-terra é ambígua. Muitos dos militantes e dirigentes em São Paulo até votaram no petista para deputado federal. Mesmo em crise com o MST, Paulinho, como é conhecido, viajou imediatamente ao interior de São Paulo para acompanhar o caso de líderes sem-terra assassinados em um assentamento. Foi uma demonstração de proximidade.
Mas, como disse um integrante da cúpula do MST:
“Carinho a gente recebe em casa”.
O que o MST quer de Teixeira é o prometido plano para assentar 65 mil famílias acampadas. O ministro disse que apresentará uma solução até o fim de março.
Enquanto isso, nesta quarta-feira, 12, o MST celebrou nas redes sociais um passo do governo Lula para apoiar pequenos agricultores, o Desenrola Rural.