O empresário Fernando Sarney tem sido um dos pontas-de-lança da ofensiva judicial para tirar Ednaldo Rodrigues da CBF. Um dos vice-presidentes da entidade, ele é o autor de um pedido à Justiça do Rio de Janeiro para que Ednaldo seja destituído e o próprio Sarney assuma o posto para convocar nova eleição na confederação. Antes, o cartola já havia acionado o STF contra Ednaldo.
Rompido com o presidente da CBF, Fernando Sarney é filho do ex-presidente José Sarney e uma daquelas figuras que se confundem com a mobília da sede da confederação, de tão longevas.
O histórico de alianças de Fernando na entidade perpassa quase três décadas e inclui postos nas administrações dos ex-presidentes Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Marco Polo Del Nero e Rogério Caboclo até o atual mandachuva, Ednaldo Rodrigues — quando, enfim, rompeu com o poder na CBF.
Sarney entrou na CBF em 1998, como diretor de relações governamentais da gestão Teixeira. A partir de 2004, enfileirou eleições a uma das vice-presidências da confederação. Na eleição de março deste ano, ele não integrou a chapa de Ednaldo, seu desafeto, reeleito por aclamação.
Em 2015, na esteira das investigações do FBI que miraram cartolas da Fifa e de federações de futebol do mundo inteiro, Del Nero passou a evitar viajar ao exterior e acabou renunciando à sua cadeira no Comitê Executivo da Fifa. E quem ele escolheu para substituí-lo? Fernando Sarney.
Um dos signatários do acordo que permitiu a Ednaldo continuar na presidência da CBF, homologado por Gilmar Mendes no STF em fevereiro de 2025, Fernando agora engrossa as suspeitas sobre a autenticidade de uma das assinaturas no documento: a de Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, ex-presidente da entidade.
Na ação movida nessa segunda-feira, 12, na Justiça do Rio, Fernando Sarney citou, além da assinatura, a contratação do italiano Carlo Ancelotti para comandar a Seleção como uma tentativa de Ednaldo de “emparedar” as investigações sobre o acordo.
Coronel Nunes tinha uma audiência marcada para essa segunda à tarde, mas ela foi desmarcada por razões de saúde. Horas antes, Ednaldo havia anunciado que fechou com Ancelotti para a Copa do Mundo de 2026.