Nos últimos dias, um vídeo falso de uma orca atacando uma treinadora inexistente alcançou proporções globais nas redes. Fabricada por inteligência artificial, a narrativa começou na Índia, atravessou a Europa, ganhou corpo nos Estados Unidos e terminou no Brasil, acumulando mais de 225 milhões de interações digitais em apenas três dias.

A personagem central da história, chamada Jessica Radcliffe, nunca existiu. A cena inteira foi criada digitalmente: a orca, a treinadora, os gritos da plateia. Nada era real, mas a comoção foi. Dados da agência especializada em marketing digital Ativaweb mostram que 88% das reações no Facebook, Instagram e TikTok expressaram tristeza ou luto.

O cientista de dados Alek Maracajá, da Ativaweb, lembrou que conteúdos que despertam emoções fortes — mesmo quando falsos — são premiados com alcance. O que importa não é a veracidade, mas a capacidade de manter pessoas clicando, comentando e compartilhando.