A volta de Davi Alcolumbre (União-AP) à presidência do Senado provoca dúvidas entre governistas sobre como será sua postura em relação à polarização. O novo líder do PT na Casa, Rogério Carvalho (SE), está seguro de que o colega do Amapá atuará junto com o governo na aprovação de pautas que sejam de interesse geral do país, e não de um setor específico. Nesse sentido, o parlamentar de Sergipe indica que o Planalto deve enviar ao Congresso propostas que não potencializem a disputa ideológica.
“Se o governo acertar na agenda, que esteja muito vinculada aos interesses da sociedade brasileira, ao mais amplo espectro ideológico, acho que teremos dois anos tranquilos”, afirmou o senador em entrevista concedida ao PlatôBR na segunda-feira, 3.
Carvalho se baseia no entendimento que teve com Alcolumbre durante o governo Bolsonaro para apostar em uma boa relação no próximo biênio. Em 2020, o senador sergipano era líder do PT e, Alcolumbre, estava na presidência da Casa. “O Davi não é nenhum radical, nem extremista nem intransigente, ele é um grande mediador”, afirma o petista. “No momento de maior tensão entre Bolsonaro e o STF, ele atuou como um algodão entre os cristais”, explicou, referindo-se ao episódio em que o Supremo Tribunal Federal suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção da Polícia Federal.
As posições moderadas de Carvalho ajudam a entender por que ele, dentro do PT, é considerado tucano, referência ao PSDB, partido que nasceu com fama de atuar em cima do muro.