Senadores bolsonaristas apontam um ponto fraco de Rodrigo Pacheco na hoje remota hipótese de ele ser indicado por Lula ao STF — o amplo favoritismo é do AGU, Jorge Messias. Essa fragilidade seria a posição do ex-presidente do Senado sobre a legalização do aborto.
Pacheco nunca declarou ser a favor ou contra a pauta, mas, à frente do Congresso, posicionou-se contra o PL do Aborto, que equipara a prática, mesmo em casos de estupro, ao crime de homicídio. O senador mineiro afirmou que, se o projeto fosse aprovado na Câmara, seria analisado por comissões e passaria pela avaliação da bancada feminina antes de ir ao plenário.
Ainda presidente do Senado, em junho do ano passado, Pacheco se irritou com a realização de um debate sobre o aborto que não contou com especialistas contrários ao projeto nem com a ampla participação de senadoras.
Se indicado para a vaga de Luís Roberto Barroso, Pacheco não votaria no mérito da ação sobre a legalização do aborto, uma vez que Barroso antecipou seu voto, favorável à descriminalização, antes de se aposentar. O senador, no entanto, poderia votar caso se confirme o provável cenário em que sejam apresentados embargos no julgamento.
Embora não seja o nome favorito de Lula para a vaga de Barroso, Pacheco segue sendo apoiado por um importante aliado político do presidente: Davi Alcolumbre.
Presidente do Senado, Alcolumbre vem defendendo que Rodrigo Pacheco teria ampla maioria entre os senadores, diferentemente de Jorge Messias.
Apesar de apontarem o posicionamento sobre o aborto como um “ponto fraco”, Pacheco continua sendo o nome mais palatável na oposição por não ser diretamente ligado a Lula, como Messias, e por ser considerado alguém que irá apagar incêndios entre o STF e o Congresso.