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O que a indústria farmacêutica pensa sobre vender remédios nos supermercados

Projeto de Lei no Senado que visa à venda de remédios sem prescrição nos supermercados deve ser retomado após o Carnaval

Gôndola de supermercado
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Dentre as propostas entregues pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados) ao governo para conter a inflação no país, na semana passada, uma deve ganhar mais força nas próximas semanas: a ideia de levar os medicamentos isentos de prescrição (MIP) aos supermercados.

Enquanto a Abras defende a abertura do mercado sob a justificativa de baixar em até 35% os preços desses produtos, as redes de farmácias opinam que os supermercados não reúnem condições para receber esses produtos, como a necessidade de se ter um profissional farmacêutico de plantão e o zelo para a armazenagem dos itens em estoque.

Em meio a isso, a indústria farmacêutica observa atentamente as movimentações.

O Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos), entidade com mais de 600 laboratórios do setor associados, defende a ampliação do acesso, desde que isso seja feito “com muito cuidado”.

Nelson Mussolini

Caso a ampliação do mercado ocorra, Nelson Mussolini (foto), presidente do Sindusfarma, disse prezar pelo rigor na fiscalização e que os supermercados estejam aptos a seguir o mesmo conjunto de normas impostos às farmácias.

“Os medicamentos exigem boas práticas de armazenagem. Não podem ficar guardados dentro do estabelecimento comercial da mesma forma que se guarda arroz, feijão ou cerveja”, explicou.

“Você precisa ter um profissional de saúde, no caso um farmacêutico, para orientar e fazer a reposição dos estoques e para orientar quando o comprador tiver alguma dúvida específica”, lembrou.

Segundo números da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os medicamentos isentos de prescrição médica alcançaram em 2023, últimos dados disponíveis, faturamento de R$ 14 bilhões, representando uma fatia de 9,88% do mercado farmacêutico brasileiro.

A proposta que deve ser avaliada é de autoria do senador Efraim Filho, do União Brasil da Paraíba, que defende que haja uma flexibilização para a necessidade de se ter um farmacêutico de plantão nos supermercados, podendo esse profissional estar disponível remotamente, como acontece para o caso da venda de medicamentos via internet.

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