Os advogados de Marcius Melhem procuraram a coluna nesta segunda-feira, 28, para responder sobre a reportagem que trata do novo processo penal movido contra ele e o jornalista Ricardo Feltrin.
Os dois são acusados de violência psicológica e perseguição contra quatro mulheres. Elas afirmam que Melhem e Feltrin disseminaram “comentários públicos constrangedores e desqualificadores das vítimas e testemunhas”, depois de virem à tona denúncias de assédio contra o ex-diretor da Globo, feitas pela atriz Dani Calabresa e um grupo de mulheres com quem ele trabalhou na emissora.
Em nota enviada à coluna, a defesa de Melhem afirma que “os fatos tratados nesta ação são os mesmos que já foram analisados e arquivados por outro juízo, após ampla apuração que incluiu perícia técnica realizada por quatro peritas criminais”.
A nota se refere a um processo de investigação que foi instaurado em São Paulo. “O arquivamento foi corroborado pelo órgão superior do Ministério Público, por quatro promotoras de Justiça, todas mulheres. A perícia técnica não apenas afastou a ocorrência de violência psicológica como também apontou indícios de combinação de discurso e comportamento das supostas vítimas”, diz a nota, assinada pelos escritórios Oliveira Lima & Dall’Acqua Advogados e Técio Lins e Silva, Letícia Lins e Silva & Advogados Associados.
Os advogados afirmam ainda que “o próprio promotor de Justiça em exercício no juízo criminal se manifestou pela rejeição da denúncia, por entender que não há elementos que sustentem as acusações. O juízo, embora ainda não tenha analisado o mérito, decidiu dar seguimento ao processo, para ouvir o acusado, antes de prosseguir com a ação penal”.
A decisão da juíza do caso, no Rio de Janeiro, Juliana Benevides, ao tornar Melhem réu, foi enfática sobre a abertura da ação penal. Para ela, “há indícios de materialidade e autoria suficientes a autorizar o início da ação penal”. A magistrada fala ainda do arquivamento anterior, manifestando que ”não implica no arquivamento ou rejeição da presente denúncia, eis que a mesma se refere a vítimas diversas, sem identidade das partes”.
Ainda na nota à coluna, os advogados de Melhem escreveram:
“Estamos absolutamente confiantes de que, assim como ocorreu no outro procedimento, idêntico a este, ficará mais uma vez comprovada a inocência de Marcius. A defesa seguirá colaborando com a Justiça para que a verdade prevaleça.”