Acusado de tráfico e abuso sexual de menores, o empresário norte-americano Jeffrey Epstein disse em e-mails ter conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enquanto o petista estava preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. A mensagem faz parte de um conjunto de documentos, com mais de 20 mil páginas, que integra o processo contra Epstein. Esses registros foram divulgados por congressistas republicanos na última quarta-feira, 12.

Em um e-mail enviado a um interlocutor não identificado, Epstein disse que o linguista Noam Chomsky teria intermediado a conversa, telefonando a ele durante uma visita a Lula na prisão. “Chomsky me ligou com o Lula. Da prisão. Que mundo”, escreveu Epstein, em 21 de setembro de 2018. O linguista realmente havia feito uma visita a  Lula no dia anterior à mensagem. Apesar da citação, no entanto, não é possível afirmar que Lula realmente conversou com Epstein pelo telefone. 

Planalto nega
O Palácio do Planalto nega que a conversa tenha ocorrido. “Essa informação não procede. A citada ligação telefônica nunca aconteceu”, afirmou a Secom (Secretária de Comunicação Social da Presidência da República), na manhã desta sexta-feira.

De acordo com o documento, o interlocutor de Epstein responde com comentários sobre a eleição brasileira que ocorreria no mês seguinte. “Diga a ele que meu garoto vai vencer a eleição no 1º turno”, escreveu a pessoa para quem o empresário enviou a mensagem. Epstein, mais à frente, fala sobre seu apoio a Jair Bolsonaro, que acabou vencendo Haddad naquele ano. “Bolsonaro é o cara”, escreveu. Na época, Lula havia lançado Fernando Haddad na disputa pelo Planalto.

Como Lula estava encarcerado, a entrada e o uso de celular eram proibidos.