O Projeto Onças do Iguaçu capturou na semana passada a primeira onça-pintada do ano a usar um colar de monitoramento. Hendu, um espécime macho de 67 quilos e 2,5 metros de comprimento, transita pelo Parque Nacional do Iguaçu, atravessando livremente a fronteira entre o Brasil e a Argentina. Ele foi capturado, examinado e “colarizado” pela equipe do projeto, que o soltou novamente no parque.
O colar tem GPS e VHF (radiofrequência), o que permite monitorar e estudar os hábitos da onça-pintada, espécie em risco de extinção. Chamado de “sem fronteiras”, Hendu, que significa ouvir em guarani, foi visto pela primeira vez em abril de 2020, pelo Proyecto Yaguareté, em solo argentino, e reapareceu, desta vez no Brasil, em fevereiro de 2024.
“A presença do Hendu no Parque Nacional do Iguaçu é mais um exemplo de como as onças ignoram fronteiras políticas e reforçam a necessidade de empenho trinacional, de Brasil, Argentina e Paraguai, por sua conservação”, afirmou Yara Barros, coordenadora-executiva do Projeto Onças do Iguaçu.

Onça-pintada recebe colar de monitoramento/Foto: Projeto Onças do Iguaçu
No bioma da Mata Atlântica, existem cerca de 300 onças-pintadas, consideradas os maiores felinos das Américas. A captura de Hendu, contou com o trabalho do Projeto Onças do Iguaçu e do Cenap/ICMBio (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), além do Proyecto Yaguareté, da Argentina, e da participação do médico veterinário Jorge Salomão.
O colar instalado em Hendu não interfere na rotina do animal e deve permanecer ativo por 8 a 12 meses, prazo de duração da bateria. Após esse período, um sistema “drop off” libera o colar. O monitoramento potencialmente ajuda a prevenir eventuais casos de predação.