Condenada pelo STF, Carla Zambelli fugiu para os Estados Unidos e anunciou planos de buscar refúgio na Itália, onde tem cidadania, o que impediria sua extradição. O caso, no entanto, fez lembrar nos meios político e jurídico outra situação recente, envolvendo cooperação entre as justiças brasileira e italiana: o do ex-jogador Robinho.
Robinho, afinal, foi condenado em última instância na Itália a nove anos de prisão por estupro. A sentença saiu em 2022 e ele voltou ao Brasil. O país europeu queria a extradição do ex-jogador, mas o Brasil negou o pedido, por ele ser um cidadão brasileiro.
O STJ, no entanto, acabou homologando a sentença italiana em 2024. Assim, Robinho foi preso para cumprir, no Brasil, a pena imposta a ele na Itália. O STF manteve a decisão do STJ e o ex-jogador segue na cadeia.
No caso de Zambelli, políticos governistas e advogados ligados à esquerda têm dito que, se houver reciprocidade no caso dela, a Justiça italiana poderia, no limite, mandar prender a deputada para cumprir a pena de 10 anos de prisão a que foi condenada no Supremo, por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).