Além de amargar uma derrota na votação do Projeto de Lei da Dosimetria na CCJ do Senado, por 17 votos a 7, o Palácio do Planalto passou um aperto com uma decisão de Jaques Wagner, líder do governo na Casa. O senador fez um acordo com a oposição para permitir a votação do texto em troca de colocar em pauta a votação do projeto de taxação das bets, de interesse do governo.

O acordo foi criticado por Renan Calheiros, que citou Jaques Wagner nominalmente na sessão. Ao fim da votação, o petista assumiu a decisão que tomou, segundo ele, unilateralmente, sem comunicar o governo.

O estrago já estava feito: Gleisi Hoffmann foi ao X afirmar que não havia acordo. “O governo é contra essa proposta e orienta sua base a votar contra, por razões já conhecidas: quem atentou contra a democracia tem de pagar por seus crimes e, além disso, o projeto aprovado na Câmara beneficia condenados por vários outros crimes”, escreveu.

Líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias também foi às redes repudiar um acordo.

Embora Jaques Wagner tenha afirmado que o acordo previa apenas manter a votação para a sessão desta quarta-feira, 17, o problema é que o governo queria adiar essa votação para o ano que vem. Mas a notícia de um acerto gerou ainda mais ruído, com o líder tendo de explicar nas redes que não havia nada acordado para aprovar o projeto da dosimetria.

Tanto Wagner quanto Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso, deixaram parte da sessão para participar da reunião ministerial de Lula. O movimento também foi criticado por aliados no Senado.

Para piorar, o senador Fabiano Contarato se embananou na hora de votar e, crítico ferrenho do PL da Dosimetria, acabou votando a favor.