A Polícia Federal, em ação conjunta com a CGU (Controladoria-Geral da União) e com a Receita Federal, deflagrou na manhã desta sexta-feira, 27, a quarta fase da Operação Overclean, que investiga um suposto esquema de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro, fraudes licitatórias e desvio de recursos públicos provenientes de emendas parlamentares. A ação foi ordenada pelo ministro Nunes Marques, do STF.
Segundo a PF, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e três ordens de afastamento cautelar de servidores públicos de funções em Salvador, Camaçari, Boquira, Ibipitanga e Paratinga. O núcleo investigado é suspeito de atuar na liberação de emendas parlamentares destinadas a esses municípios, entre 2021 e 2024.
O suspeito de operar o esquema é o deputado federal Felix Mendonça (PDT). O PlatôBR tentou contato com o deputado, mas as ligações para o celular do parlamentar não foram atendidas. Os prefeitos de Ibitanga, Humberto Raimundo Rodrigues de Oliveira (PSD), e de Boquira, Alan Machado (PSB) foram afastados do cargo. De acordo com a PF, houve pagamento de vantagem indevida, além de manipulação de procedimentos licitatórios.
A operação ocorre no mesmo dia em que os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), planejam fazer na audiência do STF uma defesa das emendas e ainda negar que houve o esquema que ficou conhecido como orçamento secreto durante o período investigado nessa operação.
Nesse ambiente tenso, a CGU informou nesta sexta-feira que o órgão e a Receita Federal participaram da investigação somente na fase preliminar e na análise de provas apreendidas nas fases anteriores. O restante ficou a cargo da PF. A CGU tenta, assim, manter o governo a certa distância dos desdobramentos da operação.