Deputados da oposição tentaram realizar, nesta terça-feira, 22, uma reunião da Comissão de Segurança Pública na Câmara dos Deputados, apesar da proibição expressa do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Com quórum registrado no painel — ao menos 25 deputados presentes — o grupo queria votar uma moção de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, alvo de novas restrições judiciais impostas pelo STF (Supremo Tribunal Federal). A sessão foi barrada após decisão da mesa diretora, que suspendeu todas as reuniões de comissão durante o recesso. O ofício foi assinado por volta do mesmo horário que a reunião começaria, às 10 horas.

No plenário, houve protestos. A deputada Silvia Waiãpi (PL-AP) permaneceu amordaçada com fita adesiva enquanto colegas discursavam contra o STF e em defesa de Bolsonaro.

O presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), criticou o cancelamento da reunião. Afirmou que a decisão da presidência “impede o direito de fala” dos parlamentares.

Segundo ele, 55 deputados já haviam sido mobilizados para as sessões. A diretriz, agora, é retornar aos estados para organizar mobilizações locais. 

O líder da oposição, Luciano Zucco (PL-RS), disse que, mesmo frustada, a tentativa de realizar a sessão foi  “histórica” e prestou “testemunho de lealdade” a Jair Bolsonaro. Filipe Barros (PL-PR), presidente da Comissão de Relações Exteriores, acusou o Judiciário de promover “perseguição inédita à direita” e lembrou que Lula foi autorizado a conceder entrevista mesmo estando preso.

Já o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), atacou a decisão de Hugo Motta, chamando-a de “ilegal” e “anti regimental”. Afirmou que a oposição vai “denunciar a censura” e “mobilizar as ruas” na volta do recesso.