As manifestações deste domingo, 3, tinham dado um ânimo extra aos aliados de Jair Bolsonaro. Mesmo com a ausência de governadores, como o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o de Goiás, Ronaldo Caiado (União), os atos foram consideradas satisfatórios pelos organizadores. Agora, com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de decretar a prisão domiciliar do ex-presidente e de seu filho, Eduardo Bolsonaro, lideranças bolsonaristas no Congresso pretendem aumentar a mobilização.
Os líderes oposicionistas querem emplacar um discurso de que o país vive em uma ditadura da toga, ou seja, um estado de exceção promovido pelo Judiciário, com Alexandre de Moraes como o maior expoente dessa ideia. A estratégia é colocar Bolsonaro como vítima de uma perseguição política promovida pelo Judiciário.
Após a prisão, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), classificou como “vingança política” a decisão do ministro. “Ditadura declarada: Bolsonaro preso por ordem de Moraes”, disse o líder em suas redes sociais. “O que mais falta acontecer? Tentaram matá-lo. Perseguiram sua família. Proibiram-no de falar. Agora o trancam dentro da própria casa, como um criminoso. Sem crime. Sem julgamento. Sem defesa”, argumentou o líder do PL.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também foi às redes para reclamar da decisão do ministro e argumentou que o ex-presidente não deu motivos para a decretação de sua prisão. “Prisão domiciliar decretada de Jair Bolsonaro por Moraes. Motivo: Corrupção? Rachadinha? Desvio de bilhões? Roubou o INSS? Não. Seus filhos postaram conteúdo dele nas redes sociais. Que várzea!!”, disse o parlamentar em suas redes.
O líder da Oposição na Câmara, Deputado Zucco, também usou a ideia de perseguição para evocar a defesa da democracia e a ideia de que o país passa por uma ditadura. “É oficial: o Brasil não é mais uma democracia. A prisão domiciliar do presidente Bolsonaro – sem nenhuma condenação – é uma injustiça e um grave ataque ao Estado de Direito. Uma manobra autoritária para calar opositores e consolidar o projeto de poder em curso no país. Hoje é com Bolsonaro, amanhã pode ser comigo, ou com qualquer cidadão que critique o governo ou o judiciário. Não podemos aceitar isso calados. É hora de fazer valer a voz de milhões de brasileiro”, disse o deputado.
Presidente do PL, partido de Bolsonaro, Valdemar Costa Neto postou nas redes sociais uma mensagem curta: “Estou inconformado!!!!! O que mais posso dizer?”.